Reflexões sobre a Sindemia no dia 5 de Agosto
- Daniel Amado
- 6 de ago. de 2021
- 3 min de leitura
Oswaldo Cruz é uma referência da saúde pública como médico e cientista e foi fundamental no combate a febre amarela, peste bubônica e varíola, dia 5 de agosto, 149 anos depois, ainda enfrentamos grandes desafios globais. Atualmente o mundo esta sendo desafiado por uma nova pandemia, ou melhor uma sindemia, e os países do mundo estão vendo como a saúde da população é fundamental, e não pode ser desatrelada dos meios de produção, de convivência, de organização da sociedade.
Os países se juntaram em 1946 e estabeleceram a Constituição da Organização Mundial da Saúde OMS, onde prevê “... o mais alto padrão de saúde alcançável como um direito fundamental de todo ser humano”. E já apontavam que “...O desigual desenvolvimento em diferentes países no que respeita à promoção de saúde e combate às doenças, especialmente contagiosas, constitui um perigo comum.”
Desta forma globalmente os países vem buscando mecanismos para garantirem uma saúde digna para seus povos. Para a OMS a saúde contempla o “ acesso a cuidados de saúde oportuna, aceitável e acessível de qualidade apropriada, bem como para fornecer os determinantes subjacentes da saúde, como água potável e segura, saneamento, alimentos, habitação, informação e educação sobre saúde e igualdade de gênero.”
Esses aspectos são desafios globais que tem sido enfrentado pelos países de diferentes maneiras. As experiencias globais mostram que a saúde é um dos principais aspectos para a garantia da sustentabilidade das famílias e direito social. E o adoecimento pode levar famílias inteiras a falência.
Muitos países, como a Inglaterra, Canada, Espanha, Portugal e o Brasil adotaram Sistemas de Saúde Universais públicos como forma de atender a demanda e ao direito a saúde. Existe uma discussão ampla sobre o quão forte deve ser o sistema de saúde público e o Banco Mundial tem apontado os desafios para a sustentabilidade dos diferentes modelos de oferta de serviços de saúde.
O Brasil decidiu em sua constituição federal de 1988 garantir um sistema Universal de Saúde público, e a saúde como um direito da população, como um bem comum para o desenvolvimento da nossa sociedade. O Sistema Único de saúde, oferta desde cuidados preventivos, de promoção da saúde, cuidados das doenças crônicas, como também tem um dos mais avançados sistemas de transplante de órgãos do mundo, tem um programa de banco de leite humano reconhecido internacionalmente e tem um sistema de vigilância sanitária e de vacinação extremamente estruturado, conseguindo atender as regiões mais remotas do país.
Essas características têm sido fundamentais para o combate a sindemia que estramos enfrentando globalmente. Muitos países como China e Índia já estão revendo os investimentos em Saúde Pública. O Próprio Estados Unidos também ampliou os recursos para os programas de saúde pública. E a OMS vem ampliando a discussão sobre uma coordenação mundial da saúde, inclusive com o acesso universal a tecnologias de saúde de importância mundial como as vacinas.
A sociedade brasileira, foi extremamente impactada pela transmissão do Coronavirus, e vêm percebendo a importância do SUS, ainda mais em uma situação de emergência pública. No entanto, essa crise, exacerbou desafios concretos, como a dependência que o Brasil tem hoje de insumos e equipamentos de saúde, a diminuição dos recursos de pesquisas em biotecnologia, a necessidade de fortalecimento do nosso SUS como forma de garantia acesso universal a serviços de saúde de qualidade. Muitas autoridades nacionais tem apontado estas questões que precisamos enfrentar enquanto sociedade.
Neste mesmo sentido, o Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, cerca de 25% de toda biodiversidade está no Brasil. Nós temos que fortalecer as nossas cadeias de pesquisa em fitoterápicos, pois inúmeros fármacos podem ser desenvolvidos, gerando novas tecnologias, que tragam não só uma garantia de cuidado à saúde da população, independência de insumos internacionais e também de geração de receita e recurso para o país.
A organização das cadeias de valores em plantas medicinais, como vem sendo estimulada pelo Projeto conjunto do MAPA e a Fiocruz, podem gerar empregos, insumos para o SUS, e até para exportação, gerando circulação de riqueza, sustentabilidade para o país e ampliando a saúde da população.
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